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Na estrada do sucesso: caminhoneiro vira dono da empresa de transportes

Publicado em 29 de novembro de 2023 - 5 minutos

Ser reconhecido pelo chefe, ganhar um extra no salário e crescer na profissão é o sonho de muitos caminhoneiros em qualquer lugar do mundo. E se além de conquistar tudo isso ele for convidado a sair da boleia do caminhão para assumir a cadeira de dono da empresa?

Se é para pensar grande assim, é hora de atravessar o oceano Atlântico para dar uma volta lá na Europa. Hoje a gente faz uma viagem até a cidade de Martigues, no sul da França, para conhecer a história da transportadora Transbennes.

Nessa entrevista, vamos descobrir o que aconteceu quando o fundador da companhia, o francês Gérard Loubet, decidiu se aposentar e sua única filha não demonstrou o menor interesse em dar continuidade aos negócios do pai.

Em uma bela manhã de verão, Gérard conversou com a gente acompanhado do caminhoneiro Freddy Vandenbussche, da esposa do motorista, Rosy, e do filho, Rémy.

Aproveita a pausa no posto e vem conhecer essa história!

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Da esquerda para a direita: Juan RODRIGUEZ, Françoise DOBIGIES, Kevin RODRIGUEZ, Roberto TRECASSE, Alain PEREZ, Pascal COLOMBANI, Rosy VANDENBUSSCHE, Freddy VANDENBUSSCHE e Rémy VANDENBUSSCHE.

1 – Contem sobre o caminho de vocês até aqui...

Gérard: Eu me chamo Gérard Loubet, tenho 72 anos e meio, sou também aposentado e feliz. Comecei a carreira na área de transportes aos 18 anos, sem qualquer dinheiro no bolso. Eu sabia, porém, o que queria: um novo Scania, que consegui comprar através de leasing (empréstimo pago a prestação que dá ao consumidor a opção de ficar com o produto ao fim das parcelas). Antigamente, era possível começar sem nada. Hoje, não é mais assim. Foi então que, em 1986, fundei a empresa de transportes Transbennes.

Freddy: Eu me chamo Freddy Vandenbussche. Tenho exatamente 10 anos a menos que o Gérard; quer dizer, 62 anos e meio (risos). Trabalhei 6 anos para o exército belga antes de me especializar em viagens de longa distância. Entrei para a Transbennes em 1996, como motorista.

Rosy: Embora eu tenha nascido com o nome Carmen, todos me conhecem como Rosy. Sou a esposa do Freddy e cogestora da Transbennes desde 2013.

Rémy: Sou filho do Freddy e da Carmen. Acabei de fazer 30 anos e tirei a licença para conduzir veículos pesados em 2013. Logo em seguida, iniciei meu trabalho na Transbennes como motorista, o que parecia ser impossível, já que me sinto enjoado durante uma viagem de caminhão – exceto, claro, quando estou no volante.

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2 – Gérard, pode fazer um breve resumo da história da Transbennes até sua saída, em 2013?

Gérald: Fundei a Transbennes em 1986 em Martigues, na França. Na ocasião, meus dois irmãos, Jacques e Alain, eram sócios e motoristas da empresa. Dez anos mais tarde, comprei a Transki, uma pequena transportadora de três caminhões, especializada no transporte de mercadorias de curta distância. Foi aí que tempos depois uni os dois negócios para formar uma frota de sete caminhões. No mesmo ano, em 1996, contratei o Freddy como motorista.

Rapidamente, vi que era um homem trabalhador e atento às suas tarefas. Em determinado momento, senti que poderia atribuir a ele algumas responsabilidades extras. Ali eu já sabia que, mais cedo ou mais tarde, iria me aposentar e que minha única filha não estaria disposta assumir os negócios. Um funcionário comprometido com o propósito da empresa poderia ser uma excelente opção para se transformar em novo dono e fazer a roda girar no futuro.

Devo admitir que tive ofertas de clientes que queriam comprar a Transbennes. No entanto, quando se começa uma empresa do zero não é fácil fazer essa mudança. Passar a própria empresa a alguém não é apenas uma questão fazer dinheiro com a venda. Existe carinho e muito amor envolvido, nesses casos sou muito sentimental.

Com o passar dos anos, chegamos a um ponto em que todos os nossos funcionários sabiam que o Freddy me substituiria. Por isso, transferir a Transbennes ao Freddy e à Rosy em 2013 foi algo natural.

 

“Passar a própria empresa a alguém não é apenas uma questão de fazer dinheiro com a venda. Existe carinho e muito amor envolvido”

Gérard Loubet, Ex-diretor da Transbennes

3 – Freddy e Rosy, como se deu essa transferência do negócio das mãos do Gérard para as mãos de vocês?

Freddy: Não vou mentir, quando substituí oficialmente o Gérard foi difícil. Os outros motoristas ficaram com inveja, mesmo sabendo há anos que eu iria assumir esse novo papel.

Rosy: Pensaram que o Gérard tinha dado a empresa para a gente…

Freddy: Naquele período, a Rosy acordava no meio da noite preocupada, nossa vida ficou muito tensa. Aos poucos, porém, esses funcionários insatisfeitos foram saindo da empresa até a chegada do Rémy. A partir daí, tivemos a chance de montar uma boa equipe e melhorar o clima da empresa com motoristas excelentes.

4 – Como vocês se dividem no trabalho hoje?

Freddy: Assumir a direção da Transbennes foi realmente um negócio de família, pois contou com a participação de todos. Hoje sou responsável pela parte de gestão de pessoas, materiais e da própria frota. A Rosy cuida do lado administrativo, o que inclui também o jurídico. Há três anos, o Rémy me ajuda na relação com os motoristas e os clientes. Podemos dizer que é uma gestão “a seis mãos”.

“Aqui na empresa nosso lema é ‘Eu te ajudo e você me ajuda’”

Freddy Vandenbussche, Proprietário da Transbennes

5 – Rémy, sendo filho do novo proprietário, você se imagina daqui a alguns anos na liderança da transportadora?

Rémy: Gosto do que faço. Sou mais exigente comigo próprio do que com os outros motoristas. No entanto, não quero ser visto como o filho do patrão, que pensa que pode fazer o que quiser. Tenho crescido aos poucos na empresa e aqui sou o condutor mais sênior, mas não coloco pressão sobre mim. Vamos ver o que vai acontecer…

6 – Freddy, é importante que a empresa se mantenha como propriedade da família?

Freddy: Se dessa forma funcionar bem, é melhor. Se não, pouco importa. Na Transbennes, não há um patrão, uma patroa, nem um filho do patrão. Há apenas um time de homens e mulheres (além da Rosy, há uma motorista) que trabalham em um bom ambiente. O nosso lema é "eu te ajudo e você me ajuda", em todos os sentidos e em qualquer situação.

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Transbennes em foco

· Fundada em: 1986 por Gérard Loubet

· Data da transferência para Freddy e Rosy Vandenbussche: 2013

· Veículos: 18 no total – 10 unidades basculantes e 8 unidades de trator

· Número de funcionários: 9

· Cargas: 85% corresponde ao transporte de cal e pedra de cal

 

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