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Caminhões autônomos: o motorista vai perder o lugar?

Publicado em 28 de março de 2024 - 6 minutos

Quando o assunto são os caminhões autônomos, geralmente a primeira imagem que vem à cabeça são os caminhões que rodam sozinhos pelas estradas, sem qualquer intervenção humana. A história, no entanto, não é bem assim. Em primeiro lugar, existe uma escala de automação, que traduz o quanto o caminhão é independente. Há desde o primeiro nível, com recursos como a simples manutenção de velocidade constante e de assistência ao motorista, até o nível 5, em que o veículo roda com total autonomia nas estradas, mesmo em condições altamente adversas. 

A circulação dos caminhões autônomos nas estradas envolve diversas discussões sobre segurança e ainda está em fase de testes nos países onde a tecnologia é mais avançada. No Brasil, o uso desses veículos já é uma realidade em áreas restritas, estimulando a produtividade da logística em setores como agro e mineração. 

Nesse caso, em vez de simplesmente acabar com as vagas no mercado de trabalho para motoristas, o emprego é que se transforma. Enquanto os veículos rodam dentro do limite das fazendas, centros de distribuição e minas, é necessária a supervisão de profissionais especializados, que trocam a boleia por salas de controle e passam a monitorar o movimento das cargas com suporte da inteligência artificial. 

 

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Como funcionam os caminhões autônomos? 

A partir do uso de sensores e câmeras, os caminhões transportam produtos, desviam de obstáculos e chegam ao destino programado com uma série de benefícios. Entre eles, redução no consumo de combustível e de acidentes, ganhos de sustentabilidade e até prolongamento de vida útil dos pneus, já que os dados otimizam a manutenção dos veículos e alertam para possíveis danos.   

Olivier Amelineau, gerente de Relações com a Imprensa e Mídia da Mercedez-Benz Trucks France (grupo Daimler Truck) diz que a organização já possui sistemas semiautônomos, em que o motorista pode soltar o volante por 30 segundos na estrada, enquanto o veículo assume a direção nesse tempo. Ele antecipa que a Daimler Truck tem buscado acelerar o desenvolvimento de alta automação, correspondente ao nível 4, mas não espera a automação total do transporte nas rodovias no futuro. “Sempre haverá um motorista de caminhão”, prevê. 

Ele explica que o objetivo declarado dos caminhões autônomos é gerar o menor impacto ambiental com o melhor desempenho sobre rodas possível. A empresa tem o objetivo de facilitar a vida dos motoristas e melhorar a segurança por meio de uma direção sustentável, de maneira mais eficiente. Os sistemas que acompanham o trajeto se utilizam de dados de GPS, conhecimento do terreno e das condições gerais do caminhão, proporcionando uma economia imediata de combustível entre 5% e 7%.

Carros autônomos e o impacto financeiro 

O economista e pesquisador em Transporte e Logística François Combes, da Universidade Gustave Eiffel, na França, acredita em um impacto financeiro significativo da tecnologia apenas quando os caminhões alcançarem o nível 5, de automação total, sem motorista, sem cabine e com mais espaço de carga útil. Em sua análise, nesse cenário, as empresas vão reduzir seus custos de mão de obra, o tempo investido em questões relacionadas à gestão de pessoas e o desgaste dos profissionais nas estradas. Depois de 16 horas em operação, o processo ganha agilidade quando a única ação da qual um caminhão necessitará para voltar a rodar no dia seguinte é a manutenção. 

“No médio prazo, o surgimento de veículos parcial ou totalmente autônomos vai alterar o equilíbrio entre o que as empresas de transporte oferecem e o que os seus clientes demandam. A autonomia total pode reorganizar profundamente o transporte rodoviário de cargas e as cadeias logísticas com um impacto ambiental que depende dos motores dos caminhões autônomos e dos efeitos da tecnologia no tráfego”, avalia.  

A mudança no papel dos motoristas

Françoise tem uma visão de que a tecnologia poderá prejudicar os caminhoneiros e os demais participantes da cadeia logística. “Para caminhões totalmente autônomos, o impacto será negativo devido à perda de milhares de empregos de motoristas. As novidades vão ajudar a economizar no orçamento, embora não para todos. As economias geradas pela automação podem ser anuladas pelo aumento no preço dos veículos autônomos”, aponta.

Olivier, da Daimler Truck, apresenta uma perspectiva mais otimista. Ele entende um futuro em que o papel dos motoristas vai mudar para se tornar mais tecnológico, menos físico e mais focado nas relações com o cliente. “Os motoristas vão estar mais envolvidos no monitoramento e gerenciamento do veículo. Eles vão precisar analisar os dados do caminhão. Essa mudança de função pode tornar o trabalho mais atraente, especialmente para o jovem que é fã de tecnologia. Esse será um impacto social positivo”, destaca.

Seja qual for o papel que os motoristas vão desempenhar nas estradas do futuro, o mais importante é estar preparado para quando o novo momento chegar.

 

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